domingo, 23 de janeiro de 2011

Museu Nacional dos Coches

O Museu Nacional do Coches em Lisboa reune não somente os coches reais do séc. XVII, XVIII e XIX, mas também as outras formas de transportes da realeza naquela época, tais como: além das carruagens, berlindas, seges, liteiras, cadeirinhas, carrinhos de passeio, e tudo o mais relativo a transportes reais.

O Coche foi criado na Hungria em Kotze no séc. XV. As caixas são suspensas por correias de couro sem ter contato com as rodas.

A diferença de berlinda para coches está que a berlinda é mais leve e mais rápida com 4 rodas. Ela utiliza dois varais lateralmente à caixa.
A berlinda foi criada na Alemanha e chegou ao Brasil por volta do séc. XVIII. Só foram criadas dois séculos depois do coche.

A carruagem só veio surgir no séc. XIX. A diferença dos demais citados está na forma de suspensão da caixa abaulada na parte inferior, suspena por correias curtas e molas de aço em forma de grande C, também a boléia (onde fica o cocheiro) é mais elevada possuindo quatro lanternas fixas, dando uma maior visibilidade ao condutor. Essas pequenas diferenças tornaram a carruagem um transporte mais confortável e mais seguro.
A entrada na carruagem se faz por estribo desdobrável

Sege é uma carruagem de duas rodas com um único assento e puxada por dois cavalos.

A liteira é uma caixa de dois lugares frente a frente, transportada por duas mulas atreladas nas extremidades dianteiras e traseira e dois varais laterais que sustentavam o peso da caixa.

A cadeirinha é uma caixa de um lugar só suspensa por dois varais que pode ser retirados, com porta de abrir à frente, teto fixo ou de levantar para facilitar o acesso ao passageiro, era conduzida por dois ou quatro lacaios. O Museu foi pensado pela Rainha Dona Amélia de Orleãns e Bragança, esposa do Rei Don Carlos I, e o prédio foi construído no lugar onde era o picadeiro do Rei - Picadeiro Real de Belém, um lugar de treinamento, jogos e exercícios equestres do rei. Foi inaugurado em 1905.

Passou a ser chamado Museu Nacional dos Coches em 1910, após a implantação da República foi enriquecido com outras carros nobres da realeza portuguesa.

Veja abaixo algumas fotos:

Berlinda de Dona Maria I - Foi usada na cerimônia de consagração da Basílica de Estrela em Lisboa em 1790. É um trabalho português.






Coche de D. Pedro II.
Apresenta o escudo com as armas reais portuguesas. As pinturas fazem referência às estações do ano.






Coche de D. Maria Ana Da Áustria
É do séc. XVIII (1708). Construído a mando do imperador José I da Áustria para D. Maria Ana da Áustria, sua irmã, pois ela iria se casar com o Rei de Portugal D. João V.


Foi construído no estilo francês de Luis XIV. Os ícones no exterior aludem às virtudes da rainha e simbolizam a Dignidade, o Afeto, a Sinceridade e a Força.

Coche do Papa Clemente XI.
Trabalho italiano.

Foi um presente do Papa ao rei de Portugal D. João V em 1715, com as "Faixas Bentas" pelo evento do batismo de seu filho primogênito D. José.

A caixa é aberta e os desenhos nos seus cantos representam os 4 continentes.

Na parte traseira, 4 Caríatides que evocam as estações do ano foram colocadas ao lado de um menino empunhando um coração flamejante símbolo do Afeto.

Caríatides são colunas com formas de estátuas de mulheres que foram criadas na cosntrução do Templo Erecteion em Atenas, elas sustentavam com a cabeça o templo.




Coche da embaixada do Papa Clemente XI - dos Oceanos
Para mim, certamente este é o coche mais bonito que vi.
Deveria ser muito prazeroso passear nele.

Trabalho italiano.
Fazia parte de um conjunto de 5 coches temáticos e de 10 de acompanhamento que integraram o cortejo da Embaixada enviada pelo rei D. João V ao Papa em 1716.

A caixa é aberta, é revestida em veludo de seda vermelho com aplicações bordadas em fios de ouro, e o interior está forrado a brocado de ouro.

Na parte traseira o trabalho de talha retrata um episódio da história marítima portuguesa, a ligação do Ocenao Atlântico com o Oceano Índico, é glorificado por Apolo, ladeado pela imagem da Primavera e do Verão, e em seus pés dois velhos dão as mãos simbolizando a ligação por mar entre dois mundos com a passagem do Cabo da Boa Esperança.

Coche de Dona Carlota Joaquina.
Trabalho espanhol.
Ela trouxe da Espanha para Portugal por ocasião de seu casamento com o princípe D. João, que mais tarde tornou-se D. João VI.

Nas portinholas escudos duplos com as armas de Portugal e Espanha.













Carrugem da Coroa
Trabalho inglês.
Mandada construir em Londres pelo Ministro da Fazenda de D. João VI - o Conde de Póvoa.
Sofreu alteração para a coroação do rei D. Carlos e foi usada pela última vez em 1957 quando a Rainha Isabel II da Inglaterra visitou Portugal.


Endereço: Praça Afonso de Albuquerque, 1300 Fica em Belém próximo ao Mosteiro dos Jerônimos.

Autocarro 28, 714, 727, 729, 751

Elétrico: 15

Horário: 10h às 18h (terça aomingo)
Preço: 5 euros

http://www.museudoscoches.pt/

Um comentário:

  1. NOTÁVEL, BELO E SURPREENDENTE. VEÍCULOS MARAVILHOSOS DE REIS E RAINHAS. VERDADEIRO CONTO DE FADAS. BELO TRABALHO ALDI. KLB/RJ

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